sábado, 22 de agosto de 2009

daqui a 5 anos...

por anaCarolina

Na primeira terça feira de volta às aulas, no final de uma aula de Sociologia da Comunicação, meu professor pergunta: "E daqui a cinco anos? Aonde vocês pretendem estar? Fazendo o que?", simples de responder não?

Bem... Não pra mim.

Em 2004, se me perguntassem tal coisa (o que eu acredito que tenha acontecido), eu responderia sem titubear: "Daqui a cinco anos, estarei terminando minha faculdade de jornalismo, porque quero ser jornalista cultural ou de moda... bla bla bla". Naquela época, bem no meio do Ensino Médio, todos nós acreditávamos que nosso futuro seria mesmo aquele da nossa imaginação. A certeza era tão grande, que planos para trabalho já eram feitos antes mesmo de terminar a escola. Será que era mesmo aquilo que eu queria? Eu respondia sempre com firmeza... No ano seguinte, as provas de vestibular só tinham uma opção: Comunicação Social - Jornalismo. Menos na UNIRIO...

E aí começa a virada...

Não, não passei de primeira pra Comunicação. Mas passei de primeira pra Museologia, na UNIRIO. Um curso que eu queria fazer pra complementar jornalismo, pra ter embasamento pra falar de arte e cultura... Então minha vida mudou, fazer Museologia abriu minha mente, expandiu certos horizontes ocultos no meu mundinho tão limitado. Jornalismo pra mim, começou a ficar como uma idéia bem estranha... Entrei muito nova na universidade, nossas idéias mudam, amadurecem, é normal. Cheguei até a achar, que era aquilo que eu queria pra mim: ser museóloga. Será que eu estava finalmente certa?

Mais uma vez, eu não estava... Perceber que não seria feliz na Museologia, foi um choque muito grande. O mede de errar de novo era muito grande... "Tá, que eu mude de curso, mas vou fazer o que?", a comunicação social era a única certeza. Depois de dois anos na Museologia eu sabia muito bem o que eu queria: trabalhar com pessoas. Jornalismo? Hum... Não. Abri meus olhos e pensei bem no que eu realmente NÃO queria pra mim... Não conseguia mais ter aquela imagem minha trabalhando em uma redação, escrevendo horrores, pressão... Eu quero pessoas! Daí surge "Relações Públicas".

Estou feliz agora. Sei que é isso que eu quero. Ainda não consigo me imaginar fazendo o que exatamente daqui a cinco anos. Já sei o que eu não pretendo estar fazendo daqui a cinco anos.

Daí vem a minha dúvida: quantos de nós estamos fazendo hoje o que queríamos, ou imaginávamos querer, há cinco anos atrás? Quantos de nós não mudaram de idéia no meio do percurso ou até mesmo antes de começar? Será que estamos prontos pra escolher nosso futuro quando estamos no ápice das mudanças de comportamento? Muitos sabem como é quando bate aquele desespero na crise de meio de curso. Aquela dúvida do "e agora? Faço o que?". Aquele medo de aceitar que sim, você se equivocou e não é porque você adora matemática que você será um ótimo economista, contador, engenheiro... E cair na real e perder o medo de assumir que o que mais você quer fazer na sua vida é salvar vidas, defender as pessoas ou criar uma grife de alta costura. Isso faz parte daquilo que os "adultos" chamam de AMADURECER. Sim! Amadurecer, cair da árvore que te acolhia e seguir em frente, enfrentar a realidade e pensar no seu próprio futuro.

"Vocês precisam saber a diferença entre carreira e emprego. Será que é realmente aquilo que você quer fazer pelo resto da sua vida? Acordar, trabalhar em algo que você não gosta, e torcer toda segunda feira de manhã para que chegue logo a sexta feira?", essa frase do meu professor de Sociologia da Comunicação martela na cabeça de muita gente até hoje... Mesmo aqueles que nunca nem passaram perto da minha sala de aula. Na minha martelou antes de eu entrar pra Comunicação, martelou no auge da minha crise existencial na universidade, me deixou zonza, atormentada, perdida, sacudiu meus miolos, neurônios. Sacudiu tanto, atormentou tanto que acabou abrindo espaço entre alguns e me fez perceber o que eu realmente queria. No meio do caos, eu encontro a solução. Fato.

Só espero que a solução para as próximas gerações esteja um pouco menos ocultas e que elas possam estar firmes ao serem questionadas, no auge de seus quase dezoito, no ápice do Ensino Médio, na beira do precipício de um vestibular, sobre o seu futuro. Pelo menos o profissional. Porque não dá pra prever tudo... E nos outros setores, as respostas serão sempre incertas, titubeantes, questionáveis. Mas isso é assunto para um outro post.

AH! Me diz aí você, querido leitor: "onde você estará daqui a cinco anos?”.


ps: para ilustrar esse post, para iluminar a sua resposta à minha pergunta e para tirar um certo sarro dessa "simples" pergunta... Aí vai um vídeo com uma resposta genial!

www.youtube.com/watch?v=gBZsz92Amm0&feature=related

domingo, 9 de agosto de 2009

por anaCarolina

Não espere de mim um abraço apertado, um sorriso brilhante,
uma palavra de conforto;
Aquele tapinha nas costas, aquela risada de canto de boca;
Não espere de mim a amnésia instantânea;
As brumas que pairam na minha mente não irão apagar minha memória.
Não espere nada de mim quando o que é esperado
pode não ser o afago, pode não ser o carinho, pode não ser o amor.
Não espere de mim a ilusão de que sou boa;
porque eu não sou.
Não espere nada de mim...

Ou melhor... não espere.